- De quem é a vaga?

....Repare quando você sair de casa pela manhã, antes mesmo do comércio abrir as portas, quantas vagas dos estacionamentos das quadras comerciais já estão ocupadas.
....Outro dia fiz esta análise e constatei que poucas estavam disponíveis e perguntei a mim mesmo: Será que os carros estacionados são de clientes que estão ávidos por comprar, será que eles chegaram mais cedo para aproveitar alguma promoção? Certamente que não.
....Então de quem seriam os carros que estão ocupando as vagas em frente das lojas? Provavelmente dos comerciantes e de seus empregados. Afinal, chegando mais cedo eles têm a oportunidade de estacionar bem em frente, é mais cômodo, é mais confortável, não precisam caminhar muito para ir trabalhar. Em várias quadras nem foi preciso supor, já que muitos estavam identificados.
....E lá eles ficam estacionados praticamente o dia todo . . . e todos os dias, aguardando o fim do expediente para que seus proprietários possam voltar para suas casas depois de estafante dia de trabalho, atendendo os clientes que se dispuseram a estacionar em algum outro lugar.
....Vale, portanto, a pergunta: e como ficam os clientes? Onde será que eles vão estacionar? Será que esse é um problema deles ou seu?
....Todos nós sabemos que aqui as pessoas dependem muito de carro para se locomoverem, por isso foi criada a expressão: os habitantes de Brasília são constituídos de cabeça, tronco e . . . rodas.
....O comércio está cada vez mais competitivo, cada vez as margens de lucro vão diminuindo, requerendo a ampliação do volume de vendas, o que só está sendo possível com um atendimento cada vez mais apurado, personalizado e de qualidade.
....Os especialistas afirmam que 68% dos clientes deixam de comprar em uma empresa pela falta de atenção dos seus funcionários e apenas 9% o fazem por serem atraídos pelos concorrentes. Acredito ser óbvio afirmar que o cliente está querendo ter a sua atenção para consumir mais os seus produtos. E ele também quer estacionar bem em frente, não é mesmo?
....Qual seria a solução para este problema? Passa, necessariamente, por uma nova postura dos empresários na gestão do seu negócio, priorizando o atendimento dos seus clientes e assumindo que não é uma atitude inteligente estacionar seu carro nas vagas em frente das lojas.
....Mas onde estacionar? Algumas lojas e restaurantes contrataram manobristas para recepcionar os clientes. É uma solução paliativa que não acredito ser a mais adequada, pois não cria novas vagas, além de manter os carros em fila dupla atrapalhando o trânsito, especialmente na hora do rush.
....Uma solução poderia ser a criação de estacionamentos remotos com transporte regular para os seus usuários. Veja o exemplo da OAB que oferece condução do Ginásio Nilson Nelson para os advogados que freqüentam o TJDF, ou o Conjunto Nacional que já criou esta alternativa no passado.
....Esta não é a única nem tampouco a melhor alternativa. Um pouco de criatividade e um pequeno investimento compartilhado entre os lojistas poderá resolver, ou pelo menos minimizar o nosso problema de trânsito (vagas e engarrafamentos) e possibilitar um conforto maior para que os consumidores fiquem mais motivados para comprar.
....Será importante o lojista pensar estrategicamente o seu negócio e decidir DE QUEM É A VAGA.

Hermano Wrobel