- Um panorama da capital

....Recentemente o Sindicato da Informática do Distrito Federal transformou-se no Sindicato da Indústria da Informação, SINFOR. Assumiu dimensão mais ampla e passou a representar um número maior de empresas da área de tecnologia da informação.
....Para poder atuar com eficácia no processo de desenvolvimento da indústria da informação o Distrito Federal, a diretoria encomendou um trabalho de alinhamento estratégico que subsidiasse a elaboração de seu planejamento para a atual gestão.
....Foram realizadas cerca de 60 entrevistas com empresários do próprio segmento, membros de entidades representativas dos setores tradicionais da economia, dirigentes de órgãos públicos federais e do Distrito Federal, gestores de órgãos de fomento, além de representantes de entidades de ensino, pesquisa e desenvolvimento ligadas à tecnologia da informação. O relatório completo pode ser acessado no site do SINFOR.
....Foi possível perceber, nas quase 1.200 respostas coletadas, que a maior potencialidade do segmento é seu próprio mercado. O uso da tecnologia da informação ainda é tão incipiente que a expectativa é continuar crescendo a taxas muito elevadas. Como exemplo, a Internet ainda muito pouco utilizada na gestão das empresas, representando uma grande oportunidade de mercado.
....Um importante obstáculo ao crescimento do empresariado dos segmentos tradicionais e de boa parte dos gestores públicos que ainda não estão convencidos de que devem utilizar a tecnologia da informação na gestão de seu negócio ou de sua missão.
....De potenciais clientes ouvimos que existem barreiras na comunicação causadas pelo uso de linguagem inacessível e de difícil compreensão. O que deve ser encarado como alerta para os empresários de TI.
....Apontaram também a falta de conhecimento de suas necessidades, isto é, há um hiato entre quem demanda e quem oferece tecnologia da informação.
.... Em suma, os segmentos da economia tradicional não estão preparados para consumir novas tecnologias e o segmento da informação não está conseguindo sensibilizar estes empresários para a necessidade de se atualizar.
....Entre as carências apontadas pelos entrevistados podemos citar a falta de cultura cooperativa e colaborativa dos empresários da indústria da informação, além da falta de postura empresarial adequada. Os empresários foram considerados muito mais “donos de empresa” do que empresários. Acomodação, individualismo, conservadorismo e defensividade foram alguns adjetivos utilizados para descrevê-los.
....O maior cliente do segmento é o governo, o que tem deixado os empresários intranqüilos pois, qualquer mudança nas políticas governamentais gera forte instabilidade. Estamos falando aqui do governo federal já que o governo do Distrito Federal ainda está incorporando o conceito de governaça eletrônica ou e-gov.
....A implantação do e-gov é vista como grande oportunidade para o segmento. Não só pelo fornecimento direto de produtos e serviços ao governo, mas também pela indução ao uso da tecnologia da informação pelos demais setores da sociedade, como pequenas e médias empresas ou os próprios cidadãos que transacionam com ou recebem algum benefício do governo.
....A qualificação de pessoal foi considerada prioritária pelos entrevistados, principalmente porque exige grandes investimentos. Segundo a maior parte dos empresários de TI, as instituições de ensino estão pouco eficientes no atendimento das necessidades do mercado. Embora ofereçam profissionais em número suficiente, a qualidade ainda deixa a desejar.
....Essa falha na formação de recursos humanos faz com que o Distrito Federal deixe de viabilizar projetos que poderiam ser desenvolvidos em seus centros tecnológicos com a utilização de recursos disponíveis nos fundos setoriais e competir em outros mercados deixando de focar apenas o governamental.